Livros e Leitura

O simples ato da leitura transforma

a nossa forma de pensar e enriquece

o nosso conhecimento,

gerando uma capacidade imensurável

de criar o inimaginável.



Thiago Henrique Miranda



terça-feira, 1 de março de 2011

Variedades linguísticas

Empregada por tão grande quantidade de indivíduos, em situações tão diferentes e a todo momento, é de se esperar que a língua não se apresente estática. Ou seja, condicionantes sociais, regionais e as diversas situações em que se realiza determinam a ocorrência de variações em uma língua.



Dino Preti** subordina o estudo das variedades linguísticas a dois amplos campos:
1. Variedades geográficas

Falares regionais ou dialetos

Linguagem urbana x linguagem rural.



2. Variedades socioculturais

Variedades devidas ao falante

- Dialetos sociais

- Grau de escolaridade, profissão, idade, sexo etc.



Variedades devidas à situação

- Níveis de fala ou registros (formal/coloquial)

- Tema, ambiente, intimidade ou não entre os falantes, estado emocional do falante.



Variedades geográficas

"Troque as bichas pelos bichos."


O anúncio faz um trocadilho entre “bichas” (filas), marca típica da sociedade urbana e burocratizada, e “bichos”, símbolo de natureza e vida natural. O texto, no entanto, talvez soe estranho ao falante da língua portuguesa que mora no Brasil. Para nós, as pessoas formam filas (e não bichas) quando aguardam sua vez de serem atendidas em um banco, em uma bilheteria de cinema etc.



Pode-se perceber facilmente que a maneira como o português é empregado no Brasil e em Portugal não é exatamente a mesma, assim como também é diferente nas regiões geográficas brasileiras e até numa mesma região. Tomemos como exemplo o Sudeste: os falares de Minas Gerais e do Rio de Janeiro apresentam suas peculiaridades e distinções.

 
Do mesmo modo, as regiões urbanas e as regiões rurais também possuem vocabulário e pronúncia diferentes, bem como expressões típicas.

 
Portanto, há variações na língua condicionadas a aspectos geográficos.



Variedades socioculturais

Variedades devidas ao falante



a) Grupos culturais



Uma pessoa que conhece a língua que emprega apenas “de ouvido”, que não teve a oportunidade de tomar conhecimento das regras internas que a compõem, domina essa língua de cujas realizações participa de forma diversa de uma pessoa que tem contato com esse código linguístico por meio de livros, periódicos, dicionários ou ainda por inter¬médio da convivência com pessoas de boa formação intelectual.



Atenção: não se quer dizer que um fale melhor ou pior que o outro. Deseja-se apenas registrar o fato de que a formação escolar de um indivíduo, por exemplo, suas ativi¬dades profissionais, seu nível cultural podem determinar um domínio diferente da língua.



Cada classe social - econômica mas sobretudo culturalmente falando - emprega a língua de uma maneira especial.



b) O jargão (uma variação social)



Observe os diversos grupos profissionais: cada um deles faz uso de um vocabulário e expressões que são típicos de seu trabalho. O jargão - essa linguagem técnica que alguns profissionais dominam - é empregado por um grupo restrito e muitas vezes é inacessí¬vel a outros falantes da língua.



Se pensarmos, por exemplo, na linguagem da economia, da informática... Quantos de nós estamos preparados para entendê-las?



Analisando nossa própria maneira de falar, cada um de nós é capaz de perceber que dominamos várias "línguas", ou seja, temos várias maneiras de "registrar" a língua. A cada momento fazemos uso de um desses registros.



Observe: uma criança de dois anos, quando cai, pode dizer que machucou o bum-bum. Sua mãe, ao agradá-la, pergunta: “O nenê machucou a bundinha?”. Ocorrendo um problema mais grave, ao levá-la ao médico, os pais provavelmente diriam que o problema é nas nádegas. E o médico? Bem, ele poderia anotar que a dor é na região glútea...



Veja que todas essas expressões são de nosso conhecimento e sabemos, quase intuiti¬vamente, qual é o momento mais adequado para empregar uma ou outra.



(Gramática da Língua Portuguesa – Roberto Melo Mesquita – Ed. Saraiva)



Variedade Linguística são as variações que sofre uma mesma língua, dependendo das condições sociais, culturais e regionais em que é utilizada.



William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães – Atual Editora



Norma Culta é a língua padrão, a variedade de maior prestígio social.



Norma popular são todas as outras variedades linguísticas, diferentes da língua padrão.



William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães – Atual Editora



LINGUAGEM E ADEQUAÇÃO SOCIAL



Que tipo de língua, então, devemos falar e aprender? Todos os tipos! Quanto mais conhecermos as variedades da língua portuguesa, seja a norma culta, sejam as muitas variedades populares, mais preparados estaremos para falar com pessoas de qualquer região deste país e de qualquer nível social.
Além dessas diferenças, há o jeito pessoal de falar. Precisamos sempre empregar o tipo de linguagem mais adequado a determinadas situações. Por exemplo, para chamar uma pessoa mais velha e desconhecida na rua, você não vai dizer: “Chega aí, meu”, pois esse é um nível de linguagem usado normalmente por pessoas mais jovens e íntimas.
Dependendo da pessoa com quem falamos, podemos falar com maior cerimônia e educação, ou falar de modo direto, sem muitos rodeios; podemos empregar gírias ou escolher as palavras com cuidado.






William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães – Atual Editora




Língua formal e língua informal






Às vezes, mesmo sem perceber, nós também falamos de maneira diferente em determinadas situações. Por exemplo, quando falamos em público ou quando conversamos com pessoas mais instruídas do que nós, ou ainda com pessoas que ocupam cargo ou posição elevada, passamos a empregar a língua formal, isto é, um modo mais cuidadoso de falar. Nesse caso, evitamos tanto gírias e expressões grosseiras quanto palavras e expressões que demonstrem muita intimidade com o interlocutor, como fofinha, safado, pra caramba, dia de cão, é um saco!, etc. Se, entretanto, temos familiaridade com a pessoa com quem falamos, podemos empregar a língua informal, pois nosso interlocutor não se chocará com essa variedade.






William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães – Atual Editora

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pintura da época do Romantismo na França - Revolução Francesa

Suspiros Poéticos e Saudades - obra que deu início ao Romantismo no Brasil



1836 - Gonçalves de Magalhães publica Suspiros Poéticos e Saudades - 
marco do início do Romantismo em nosso país

Romantismo - Poesia

 “Metamos o martelo nas teorias, nas poéticas e nos sistemas. Abaixo este velho reboco que mascara a fachada da arte!” 
 --Victor Hugo
Na Europa, a partir da metade do século XVIII, surgem autores que, libertando-se parcialmente dos limites traçados pela poética neoclássica, apresentam novas concepções literárias. Em suas obras, eles expressam sentimentos inspirados nas tradições nacionais, falam de amor e saudade num tom pessoal, realizando uma poesia mais comunicativa e espontânea do que a neoclássica. Era o nascimento do Romantismo que foi desenvolvendo-se e enriquecendo-se à medida que se expandia. Assim, acabou adquirindo características tão variadas que se torna impossível descrevê-lo em todas as suas dimensões.
No Brasil, percebe-se o desejo de criação de uma literatura nacional. Assim representou a primeira tentativa consciente de se produzir literatura verdadeiramente brasileira. Abandonou aos poucos o tom lusitano, a fim de dar lugar a um estilo mais próximo da fala brasileira.
Podem-se apontar, no amplo e diversificado movimento romântico, algumas tendências básicas:
  • a exaltação dos sentimentos pessoais, muitas vezes até autopiedade
  • exaltação de seu “eu” - subjetivismo
  • a expressão dos estados da alma, das paixões e emoções, da fé, dos ideais religiosos
  • apóiam-se em valores nacionais e populares
  • desejo de liberdade, de igualdade e de reformas sociais; e a valorização da Natureza, que é vista como exemplo de manifestação do poder de Deus e como refúgio acolhedor para o homem que foge dos vícios e corrupções da vida em sociedade
  • em alguns casos, fuga da realidade através da arte (direção histórica e nacionalista ou direção idílica e saudosista)

A linguagem sofreu transformações: em lugar da bem cuidada sintaxe clássica e das composições de metro fixo, os românticos preferiram uma linguagem mais coloquial, comunicativa e simples, criando ritmos novos e variando as formas métricas. Essa liberdade de expressão é uma das características típicas do Romantismo e constitui um aspecto importante para a evolução da literatura ocidental. O espírito de renovação lingüística é uma contribuição importante do Romantismo e foi retomado, no século XX, pelos modernistas.
Na poesia, distinguem-se três fases, as chamadas Gerações Românticas:
GeraçõesNomesPrincipais poetasPrincipais temas
1ª GeraçãoNacionalista ou IndianistaGonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto-AlegreExaltação da natureza, excesso de sentimentalismo, amor indianista, ufanismo (exaltação da pátria)
2ª GeraçãoUltra-Romântica ou Mal do SéculoÁlvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes VarelaEgocentrismo, sentimentalismo exagerado, morte, tristeza, solidão, tédio, melancolia, subjetivismo, idealização da mulher.
3ª GeraçãoCondoreira ou SocialCastro Alves, Sousândrade, Tobias BarretoSentimentos liberais e abolicionistas
  • Indianismo - uma das formas mais significativas do nacionalismo romântico. O índio é um ser idealizado (nobre, valoroso, fiel), apesar disso demonstra a valorização das origens da nacionalidade.
  • Mal do Século - voltando-se inteiramente para dentro de si mesmos, esses poetas expressaram em seus versos pessimistas um profundo desencanto pela vida. Muitos marcados pela tuberculose, mal que deu nome à fase
  • Condoreirismo - poesia social e libertária que reflete as lutas internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II.
Primeiro grande poeta do Romantismo brasileiro. A temática indianista que caracteriza sua obra apresenta forte colorido e ritmo. Seu grande poema indianista Os Timbiras ficou incompleto, pois durante o naufrágio em que o poeta morreu perderam-se também os textos. Além da vertente indianista, também se destaca a lírica amorosa, mas não apresenta passionalidade. Aqui a mulher é sempre um anjo, idealizada, numa ótica platônica.
Obras Principais:

 
"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá."
 
 --Canção do Exílio
 
"Por onde quer que fordes de fugida
Vai o fero Itajuba perseguir-vos
Por água ou terra, ou campos, ou florestas;
Tremei!..." Os Timbiras
"Eu vi o brioso no largo terreiro,
Cantar prisioneiro
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente como era, chorou sem ter pejo;
Parece que o vejo,
Que o tenho nest'hora diante de mi." 
 
 --I-Juca Pirama
Poeta que melhor representou a estética ultra-romântica. Tendência aos aspectos mórbidos e depressivos da existência, degeneração dos sentimentos, decadentismo e até satanismo. A escolha vocabular reflete essa tendência: "pálpebra demente", "matéria impura", "fúnebre clarão", "boca maldita", entre outros. Esta linguagem, acrescida de termos científicos, voltará no Simbolismo com Augusto dos Anjos.
Morreu tuberculoso aos 20 anos de idade, não sendo reunida em livro sua obra.
Obras Principais:
  • "Liras dos vinte anos" - livro-síntese dessa geração pois revela a força lírica e a v ironia romântico-macabra
  • "Macário" - composição livre, meio diálogo, meio narração
  • "O Conde Lopo"
  • "Poema do Frade"
  • "Pedro Ivo" (poemetos)
  • "Noite na Taverna" - prosa narrativa fala da boemia estudantil da época, que era uma forma de protesto e fuga

 
"Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!"
" Quando falo contigo, no meu peito
esquece-me esta dor que me consome:
Talvez corre o prazer nas fibras d'alma:
E eu ouso ainda murmurar teu nome!"
 
 --Lira dos Vinte Anos
 "Pois bem, dir-vos-ei uma história. Mas quanto a essa, podeis tremer a gosto, podeis suar a frio da fronte grossas bagas de terror. Não é um conto, é uma lembrança do passado." 
 --Noite na Taverna
 "A mulher recuava... Recuava. O moço tomou-a nos braços, pregou os lábios nos dela... Ela deu um grito, e caiu-lhe das mãos. Era horrível de ver-se. O moço tomou o punhal, fechou os olhos, apertou-os no peito, e caiu sobre ela. Dois gemidos sufocaram-se no estrondo do baque de um corpo…" 
 --Noite na Taverna
 "Mais claro que o dia. Se chamas o amor a troca de duas temperaturas, o aperto de dois sexos, a convulsão de dois peitos que arquejam, o beijo de duas bocas que tremem, de duas vidas que se fundem tenho amado muito e sempre! Se chamas o amor o sentimento casto e poro que faz cismar o pensativo, que faz chorar o amante na relva onde passou a beleza, que adivinha o perfume dela na brisa, que pergunta às aves, à manhã, à noite, às harmonias da música, que melodia é mais doce que sua voz, e ao seu coração, que formosura há mais divina que a dela—eu nunca amei. Ainda não achei uma mulher assim. Entre um charuto e uma chávena de café lembro-me às vezes de alguma forma divina, morena, branca, loira, de cabelos castanhos ou negros.
Tenho-as visto que fazem empalidecer—e meu peito parece sufocar meus lábios se gelam, minha mão se esfria…"
 
 --Macário
 "Esse amor foi uma desgraça. Foi uma sina terrível. Ó meu pai! ó minha segunda mãe! ó meus anjos! meu céu! minhas campinas! É tão triste morrer!" 
 --Macário

Reativando o BLOG

Depois de algum tempo sem postar, estamos reativando nosso blog, com novos conteúdos de interesse de alunos e demais amantes da literatura e da Língua Portuguesa, de modo geral.
Aguardem novidades!!!!  Bjinhos

segunda-feira, 1 de março de 2010

Rumo ao Oscar 2010!!! A cerimônia será no próximo domingo, dia 7

Matéria interessante sobre a maior premiação do cinema, publicada na Revista Isto É.
Leia na íntegra no site da revista:


O Oscar de cara nova


Caio Fernando Abreu




O escritor Caio Fernando Abreu acaba de ganhar uma biografia escrita por Paula Dip, de quem foi amigo por mais de 20 anos. Não é uma biografia convencional, mas a reunião de cartas e bilhetes que os dois trocaram durante o tempo em que compartilharam ideias e sonhos.Caio Fernando Abreu
Polêmico, intenso (visceral seria a palavra mais adequada), sarcástico e genial, assim era Caio Fernando Abreu (e aqui peço licença às meninas para tecer loas a um menino). Paula Dip, amiga de longa data, muitas vezes virou personagem das histórias do autor. Histórias essas que traduziam o cotidiano miudinho, esse que todos nós vivemos na carne diariamente. Não tem como ler os contos de Morangos Mofados, sua obra mais famosa – inclusive o livro é dedicado à Paula Dip -, sem se identificar em cada linha.
No livro Para Sempre Teu, Caio F., Paula conta histórias de quem pertencia ao mundo do autor, dividindo com ele segredos, alegrias e angústias, até sua morte, vítima de Aids, em 1996. Há também depoimentos de artistas que conviveram de perto com Caio Fernando, como Cazuza e Ney Matogrosso.
Lygia Fagundes Telles dizia que Caio Fernando Abreu era o “escritor da paixão”. E a autora de As horas nuas – outro libelo aos encantos da vida diária – tinha razão. Ele era mesmo intenso em tudo o que fazia. Tem alma em cada palavra escrita pelo autor. É um pouco da força dessa alma que Paula Dip tenta trazer para as páginas de Para Sempre Teu, Caio F.
A biografia se propõe a desvendar um pouco da personalidade de um dos autores que melhor traduziu seu tempo no cenário cultural brasileiro. Escritor, jornalista, roteirista, dramaturgo, ator e até astrólogo, de tudo Caio Fernando fez na vida. Principalmente, viveu intensamente os transgressores anos 80. Quando penso na obra desse escritor em particular,sendo que a obra é o espelho do artista, lembro de uma frase do filme Lisbela e o prisioneiro: “quero queimar minha vida de uma vez só, num fogo bem forte!”.



Ficha Técnica
Para sempre teu, Caio F.

Cartas, conversas, memórias de Caio Fernando Abreu
Autora: Paula Di
Editora: Record
504 páginas
Preço: R$ 58,00


Vamos conhecer mais sobre esse escritor brasileiro?

 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

Nascimento 12 de Setembro de 1948
Santiago, Rio Grande do Sul
Morte 25 de Fevereiro de 1996 (47 anos)
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Nacionalidade brasileira
Ocupação jornalista, escritor, dramaturgo

Caio Fernando Loureiro de Abreu (Santiago, 12 de setembro de 1948 — Porto Alegre, 25 de fevereiro de 1996) foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro.

Apontado como um dos expoentes de sua geração, a obra de Caio Fernando Abreu, escrita num estilo econômico e bem pessoal, fala de sexo, de medo, de morte e, principalmente, de angustiante solidão. Apresenta uma visão dramática do mundo moderno e é considerado um "fotógrafo da fragmentação contemporânea".
Caio Fernando Abreu era homossexual assumido.

Biografia

Caio Fernando Abreu estudou Letras e Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde foi colega de João Gilberto Noll. No entanto, ele abandonou ambos os cursos para trabalhar como jornalista de revistas de entretenimento, tais como Nova, Manchete, Veja e Pop, além de colaborar com os jornais Correio do Povo, Zero Hora, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.



Em 1968, perseguido pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Caio refugiou-se no sítio de uma amiga, a escritora Hilda Hilst, em Campinas, São Paulo. No início da década de 1970, ele se exilou por um ano na Europa, morando, respectivamente, na Espanha, na Suécia, nos Países Baixos, na Inglaterra e na França.



Em 1974, Caio Fernando Abreu retornou a Porto Alegre. Chegou a ser visto na Rua da Praia usando brincos nas duas orelhas e uma bata de veludo, com o cabelo pintado de vermelho. Em 1983, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 1985, para São Paulo. A convite da Casa dos Escritores Estrangeiros, ele voltou à França em 1994, regressando ao Brasil no mesmo ano, ao descobrir-se portador do vírus HIV.

Antes de falecer dois anos depois no Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre, onde voltara a viver novamente com seus pais, Caio Fernando Abreu dedicou-se a tarefas como jardinagem, cuidando de roseiras. Ele faleceu no mesmo dia em que Mário de Andrade: 25 de fevereiro.

Bibliografia

Inventário do irremediável, contos. Prêmio Fernando Chinaglia da UBE (União Brasileira de Escritores); Rio Grande do Sul: Movimento, 1970; 2ª ed. Sulina, 1995 (com o título alterado para Inventário do Ir-Remediável).

Limite branco, romance. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1971; 2ª ed. Salamandra, 1984; São Paulo: 3ª ed., Siciliano, 1992.

O ovo apunhalado, contos. Rio Grande do Sul: Globo, 1975; Rio de Janeiro: 2ª edição, Salamandra, 1984; São Paulo: 3ª edição, Siciliano, 1992.

Pedras de Calcutá, contos. São Paulo: Alfa-Omega, 1977; 2ª ed., Cia. das Letras, 1995.

Morangos mofados, contos. São Paulo: Brasiliense, 1982; 9ª ed. Cia. das Letras, 1995. Reeditado pela Agir - Rio, 2005.

Triângulo das águas, novelas. Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro para melhor livro de contos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983; São Paulo: 2ª edição Siciliano, 1993.

As frangas, novela infanto-juvenil. Medalha Altamente Recomendável Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil. Rio de Janeiro: Globo, 1988.

Os dragões não conhecem o paraíso, contos. Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro para melhor livro de contos. São Paulo: Cia. das Letras, 1988.

A maldição do Vale Negro, peça teatral. Prêmio Molière de Air France para dramaturgia nacional. Rio Grande do Sul: IEL/RS (Instituto Estadual do Livro), 1988.

Onde andará Dulce Veiga?, romance. Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) para romance. São Paulo: Cia. das Letras, 1990.

Dov'è finita Dulce Veiga?, novela. Milão, Itália, Zanzibar 13, 1993 (Tradução: Adelina Aletti)

Bien loin de Marienbad, novela. Paris, França Arcane 17, 1994.

Molto lontano da Marienbad, contos. Milão, Itália, Zanzibar 32, 1995 (Tradução: Bruno Persico)

Ovelhas negras, contos. Rio Grande do Sul: 2ª ed. Sulina, 1995.

Mel & girassóis, antologia.

Estranhos estrangeiros, contos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.

Pequenas Epifanias, crônicas (1986/1995): ed. Sulina, 1996

Teatro completo, 1997

Cartas, correspondência. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2002 (organização de Ítalo Moriconi).

I Draghi non conoscono il Paradiso, contos. Pescara, Itália, Quarup, 2008 (Tradução: Bruno Persico)

Teatro

O homem e a mancha

Zona contaminada

Tradução

A arte da guerra, de Sun Tzu, 1995 (com Miriam Paglia).

A balada do café triste, de Carson McCullers, 2010.